A tua janela permanece aberta, minimizada... mas, ainda assim, aberta. Como sempre faço quando ligo o computador e por conseguinte inicio a sessão. Há horas que a tenho aberta pois estás ausente, eu sei que é mentira, que estás aí e, muito provavelmente, tens também a minha janela aberta. Ambos esperamos ansiosamente pelo momento em que o outro dará o primeiro passo, ambos esperamos que se ligue o laranja intermitente que mostra a chegada de uma nova mensagem. Ambos olhamos para o telemóvel de x em x de tempo mesmo sabendo que não tocou, não vá ter isso acontecido durante uma pequena distracção. Não vá ele ter tocado e não nos tenhamos apercebido. E então esperamos, porque a nossa relação é feita de esperas. Todas o são, discutimos um dia o assunto... tu sereno, como sempre, e eu a argumentar. Nem todos têm o discernimento de admitir que assim o é, foi a conclusão a que chegámos. Adoras ver-me argumentar, lançando eu mesma os prós e os contras, enquanto me olhas com um sorriso nos lábios. Adoras, não adoras? Não tanto quanto eu adoro passar-te as mãos pelo cabelo enquanto descansas com a cabeça pousada no meu colo. Sentir o teu cheiro e sentir-me em casa. Contigo sinto-me sempre em casa, esteja onde estiver. Mas agora não estás aqui e eu sinto-me desprotegida. Não consigo perceber como uma simples conversa nos afastou desta maneira, tão brusca... tão radical. Podia ter acontecido com qualquer outra pessoa, não contigo. Não desta maneira. Não tinhas o direito de levar toda a confiança que depositava em ti, não tinhas o direito de me oferecer o sorriso para depois mo roubar, tão violentamente. Nem de maneira nenhuma. Era meu, percebes? E agora, melhor que nunca, percebo que era teu, afinal. És igual a todos os outros, e eu que te tinha no topo de tudo o resto. Não merecias, sempre defendi todas as tuas qualidades que parecia ser a única a ver. Não terás mais ninguém que as veja tal como eu, mete isso na tua cabeça. Não és igual aos outros, eu sei que não. Tira essa máscara de defesa e volta... não é de mim que tens de te defender.
É tão difícil escrever para ti, desenhar-te em palavras, esboçar-te num simples texto. Não, definitivamente tu não és palavras. Mas posso desdobrar-te nelas, esmiuçar tudo o que és servindo-me delas e, no entanto, é tão complicado. Poderia escrever-te infinitas coisas, e saber à partida que o importante seria a minha presença. E as palavras, seriam levadas pelo vento. E no entanto escrevo-te, sirvo-me das palavras para chegar a ti. Já te dei os parabéns hoje? Não por completares vinte anos... por seres tudo aquilo que és? E devo dizer-te que tenho um enorme orgulho em ti, em poder chamar-te melhor amigo.
E não preciso de dizer mais que isto, mas também não podia deixar a data passar em branco aqui no cantinho :p
Amo-te melhor amigo do mundo!
Every moment spent with you is a moment I treasure.