És parte do sorriso perdido num passado que outrora vivi, ou melhor, vivemos. Um outro sorriso nasceu, uma nova vida ganhei enquanto te vi fugir, pouco a pouco, meu amor nunca conquistado. Peço desculpa se te quis de uma forma que não pensaste nunca querer-me a mim mas, o culpado certamente foste tu, fomos nós mas, mesmo assim, peço desculpa. Desculpa se entrei mais do que devia e deixei que entrasses por completo e desculpa novamente se te retive cá dentro e não quero que saias. Estarás sempre preso e ao mesmo tempo solto, o meu coração guarda-te, vais e voltas sempre que quiseres. Não peço que fiques nem que vás, quero-te aqui, sempre que possível e, não gosto quando vais. Enquanto entraste, de passo acelerado, deste sinais de que ficarias sempre, sem nunca sair, não completamente. Estavam certos os sinais, 'estás tão perto e tão longe', mas estás e, estás sempre. Guardo o teu sorriso no olhar e os teus braços à minha volta, como se o visse cada vez que visualizo uma mensagem tua e o sentisse cada vez que em ti penso, o que acontece frequentemente. Desculpa, não consigo evitar, talvez fosse mais fácil se não me perseguisses, noite após noite, em todos os sonhos perdidos ao acordar. O despertador estraga-me o dia, não fosse ele e passávamos muito mais tempo juntos. Já habituada ao mau-humor matinal derivado do teu súbito desaparecimento ao som da música que me desperta e ao mesmo tempo me faz querer, ainda mais, voltar a adormecer ao lembrar-me de ti, consomes-me, não a alma, mas a mim. Consomes-me os dias. Desculpa, não és tu, é a tua ausência.