quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

amas a vida, e eu amo-te a ti.

- Costumavas olhar-me nos olhos e sorrir-me. Quando por mim passavas, não apenas passavas, permanecias o tempo suficiente para que os nossos sorrisos se fundissem num só.

- Desculpa, não te vi...

- O problema é mesmo esse, ultimamente pouco te importas com a minha presença, nunca estás e, quando estou, ignoras tudo o que fomos.

- Porque dizes isso?

- Eu digo o que sinto e tu, tu sabes que é verdade. Pensei que me conhecias melhor.

- Eu conheço-te bem...

- Não, não conheces. Se me conhecesses bem saberias que nunca te devias ter afastado de mim, sabias que és demasiado importante para te perder e que já perdi pessoas suficientes para aguentar mais uma perda. E, logo tu.

- Sou assim tão importante?

- Vá lá, não faças perguntas às quais sabes as respostas. Tivemos tantas conversas em que te respondi a isso, não porque me tivesses perguntado mas porque sempre senti necessidade de te mostrar aquilo que para mim significas. Não escolhi gostar de ti, mas também não sabia que irias aparecer e mudar a minha vida.

- Mas...

- Mas nada, infelizmente. Amas a vida, e eu amo-te a ti.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

escolha cruel, a tua.

Vivo sozinha, aqui neste mundo, isolado do teu. Há muito que chamo por ti e finges não ouvir.. calei-me, cansei-me deste desprezo diário a que me habituaste. O teu silêncio tomou-me os dias e a tua ausência dói mas, estou habituada. Tenho a sensação que o dom das palavras se perdeu contigo, quando te perdi. Alguma vez te tive? Levaste contigo a escrita diária e espontânea que tomou conta de mim quando chegaste, não à minha vida, ao meu eu. Não tinhas o direito, leva ao menos aquilo que tenho a mais, leva contigo o meu amor por ti. Fica com ele, talvez um dia te lembres de que este te pertence. Nesse dia, estarei no topo a sorrir para o passado e a enfrentar o presente ansiando o futuro. Ou então, olharás para trás e eu estarei lá, como sempre estive, à tua espera. Porque espero eu por ti se vives num outro mundo? O mundo que criaste quando de mim te afastaste, aos poucos, talvez para que doesse menos. Mas digo-te, doeu p'ra caralho, e continua a doer. O simples facto de partires dói, não entendes? Chegaste para ficar, porque foste? Lembro-me de abrir a porta para entrares e de a ter deixado encostada para não te aprisionar, quando a fechaste não esperei que a voltasses a abrir, muito menos que saísses. Se decidires entrar novamente peço-te que a encostes para não doer tanto quando voltares a abri-la. Prometeste ficar e pediste que não saísse, habituando-me à tua doce presença. Já não sei quem errou, se eu ao deixar que entrasses ou tu, ao sair. Já que não pediste para entrar podias ao menos ter pedido licença quando decidiste que o melhor era sair. Fazes-me Falta, e tu sabe-lo, melhor que ninguém.